terça-feira, 17 de abril de 2012

Jornalista Ricardo Kotscho fala de sua trajetória no 1º Salão do Livro

Diário de Suzano ed.: 9178 - 17 de abril de 2012

A dificuldade em falar português aos 6 anos de idade e a discriminação por parte de colegas de sala de aula foram um dos principais ingredientes para que Ricardo Kotscho, hoje com 63 anos, se tornasse anos mais tarde um consagrado jornalista. Participando ontem como um dos palestrantes do 1º Salão Internacional do Livro de Suzano, ele falou ao público sobre sua trajetória profissional e a importância da leitura. Para ele, não há desculpa para não praticá-la.

"Eu gosto de escrever. Tenho paixão por isso. Então, quero despertar essa paixão nos mais jovens. Hoje em dia as pessoas falam que o brasileiro lê pouco. Não é verdade que lê pouco. Cada um lê de acordo com as suas possibilidades (financeiras)". Mas, ainda se os valores de livros são um problema, o jornalista atenta que uma das opções para estimular a escrita é retomar um hábito antigo, um tanto esquecido atualmente. "Eu acho que as pessoas têm que gostar de escrever, de escrever cartas, ajuda a pensar", exemplificou.

Questionado, Kotscho apontou que, de fato, um dos principais entraves no mercado literário brasileiro é o preço, especialmente levando em conta o salário mínimo do brasileiro. "Os meus últimos (livros) mesmo custam R$ 40, R$ 45", observou. No entanto, o jornalista defende que a população também precisa readequar suas despesas. "Por outro lado também, as pessoas gastam com outras coisas. Gastam muito nas baladas e tomando um "choppinho" com os amigos. Então, podiam guardar um pouco para ler também".

E para os que realmente têm dificuldades de adquirir exemplares, Kotscho dá uma dica. "Quem quer ler, consegue. Hoje tem tantas bibliotecas (públicas), dá para pegar emprestado com o amigo. Quem tem gosto pela leitura sempre dá um jeito".

ENTUSIASMO O jornalista se mostrou entusiasmado com a quantidade de crianças que passeavam pelos corredores do salão. Para ele, a variedade de títulos e o ineditismo da iniciativa devem estimular, sim, os pequenos suzanenses. "A criançada toda que está aqui, vendo todos esses livros, acessíveis. Tem livro de R$ 1. Acho que vai tomar mais gosto, procurar ler mais. E é uma alegria ver essa molecada toda".

Fazendo a vez de palestrante no evento, Kotscho diz que é perceptível a quantidade de primeiras feiras do gênero que estão sendo promovidas no País. Para ele, um trabalho maravilhoso. "Tenho ido a muitas "primeiras" feiras, o que é ótimo. Sinal de que está dando certo. Mais gente está se interessando por isso".

 

DEMAIS Ontem também palestraram no 1º Salão do Livro o ex-traficante João Estrella, personagem real do filme "Meu Nome Não é Johnny" e do livro homônimo, e Marçal Aquino. Ele, que é romancista e roteirista de televisão e de cinema, tem em seu portfólio trabalhos como a série global "Força Tarefa".

http://www.diariodesuzano.com.br/noticia.php?caderno=d&id=18373

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