terça-feira, 17 de abril de 2012

Debates marcam programação do 1º Salão Internacional do Livro

WANDERLEY COSTA

Ricardo Kotscho contou um pouco de sua história no jornalismo

 

Debates sobre educação, cinema, jornalismo e literatura marcaram a programação do 1º Salão Internacional do Livro na segunda-feira (16/4). Ao longo do dia, os visitantes puderam conferir palestras com o jornalista Ricardo Koscho e com o roteirista Marçal Aquino e uma homenagem ao patrono do evento, o educador Paulo Freire.

Ricardo Kotscho contou um pouco de sua história no jornalismo e sobre como vê a mídia na atualidade. “Antigamente, havia companheirismo dentro das redações. Tínhamos a referência de uma pessoa mais velha e mais experiente, que nos encorajava e motivava a continuar no caminho. Hoje, não temos mais grandes exemplos, e o pior é que os jornalistas estão muito acomodados.”

Sobre a cobertura política no país, Kotscho foi ainda mais enfático. “É muito triste acompanhar notícias envolvendo escândalos. É uma coisa que satura e faz a gente se sentir como um funcionário da Sabesp, que passa o tempo todo mexendo com esgoto”, disse.

Atualmente, Ricardo Kotscho faz parte da equipe de jornalistas da Record News, tem um blog pelo Portal R7 e atua como repórter colaborador da revista “Brasileiros”.

Mais cedo, a professora Dirce Gomes deu uma aula sobre “Orçamento Municipal”. A docente tirou dúvida dos participantes sobre como gerir o dinheiro público e obter os resultados esperados dos investimentos.

Durante a noite, os visitantes dividiram-se entre dois eventos: a homenagem ao patrono do 1º Salão Internacional do Livro, Paulo Freire (atividade que contou com a presença viúva do educador, Anita Freire, e da secretária de Educação de Suzano, Sônia Kruppa), e as palestras do roteirista Marçal Aquino e de João Estrella, personagem real do livro “Meu Nome Não é Johnny”.

Aquino criticou o estilo das produções cinematográficas que predominam atualmente e as razões pelas quais as pessoas vão ao cinema nos dias de hoje. Segundo ele, que é um dos roteiristas da série “Força Tarefa”, da Rede Globo, 90% dos filmes de hoje são aqueles que esquecemos logo depois que assistimos, pois não abarcam conteúdo para discutir ou refletir mais tarde. “Só querem fazer filmes fáceis, que façam as pessoas saírem do cinema, felizes. Não querem provocar, por o dedo na ferida”, afirmou.

João Estrella, que já foi o maior vendedor de cocaína da Zona Sul carioca, atualmente trabalha como produtor musical e viaja o país ministrando palestras e shows em faculdades, colégios, empresas e tribunais de justiça, alertando jovens, professores, pais, juízes e empresários sobre a importância do diálogo e dos cuidados a serem tomados com as drogas.

O assunto, na avaliação de Estrella, ainda é um tabu na sociedade. “Não só as drogas devem fazer parte das discussões familiares. Às vezes, muitos jovens fazem coisas ainda piores, como cometer um homicídio aos 15 anos de idade”, disse ele, que também negocia a abertura de uma clínica de recuperação de dependentes químicos no Rio de Janeiro e prepara um livro de poesias.


Eloísa Helena

http://www.suzano.sp.gov.br/CN03/noticias/nots_det.asp?id=7059

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